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terça-feira, 29 de maio de 2012

É como respirar dentro de um aquário


É como respirar dentro de um aquário

A asma é uma doença que afecta cerca de 150 milhões de pessoas por todo o mundo.

Em Portugal cerca de 600 mil pessoas sofrem de Asma.
A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas, em que os brônquios se encontram mais estreitos, dificultando a passagem do ar, provocando, assim, contrações/broncoespasmos.
Esta doença é caracterizada pela sensibilidade aumentada da árvore traqueobrônquica a uma multiplicidade de estímulos. Quer isto dizer que na asma as vias que conduzem o ar desde a laringe até aos alvéolos pulmonares encontram-se inflamadas, não apenas em uma altura de infecção ou de agressão do organismo, mas sempre, isto porque a asma é uma doença crónica. Concomitantemente a esta inflamação existe uma sensibilidade aumentada a estímulos inofensivos provocando, assim, uma reacção exagerada de contracção das vias aéreas – os broncoespasmos (já mencionados), o que torna ainda mais difícil a respiração.
Na asma, expirar é mais difícil do que inspirar, uma vez que existe uma obstrução aérea derivada dos broncoespasmos, provocando sensação de sufoco.
As crises comprometem a respiração, tornando-a difícil. Eczema, rinite alérgica, doença atópica são doenças que estão associadas à asma.
Esta doença afecta pessoas de qualquer idade. Contudo, na maioria dos casos é diagnosticada na infância, sendo comum manifestar-se em pessoas da mesma família.
Manifestações da Doença Crónica
Durante esta doença, os sintomas que se verificam, geralmente aparecem de forma cíclica, com períodos de piora. A tosse seca, com predomínio nocturno, a dificuldade respiratória, o aperto torácico mais conhecido como opressão no peito, o chiado (sibilos) e a pieira são os sintomas mais recorrentes.
Embora seja uma doença crónica não se manifesta todos os dias. No entanto, os sintomas podem aparecer quando menos se espera, sobretudo durante noite, ou então quando são provocados pela presença de exercício físico, infecções, animais com pêlo no dia-a-dia, exposições alargadas aos ácaros domésticos, fumo, pólen, alterações de temperatura, fármacos não-esteróides e emoções fortes, como o riso ou o choro. Outros factores que podem agravar esta doença são as gripes e constipações.
A asma é agravada quanto mais aflições e irritações a pessoa revelar.
Na asma existem doentes de risco mais elevado: os que têm uma asma grave de duração prolongada; os que têm uma asma transitória, constatada pela grande variabilidade de sintomas e de débitos respiratórios; e os que têm uma história clínica onde a sua asma não está controlada, recorrendo frequentemente ao serviço de urgência, necessitando de ventilação mecânica.
Diferentes crises podem atacar o ser humano
As crises da asma podem ser ligeiras, moderadas, graves e com frequentes paragens respiratórias. Quando se tratam de crises muito graves podem colocar a vida da pessoa em risco, contudo as crises instalam-se lentamente e uma pessoa que já esteja alertada para o seu problema tem tempo de usar a medicação antes que haja um agravamento da situação.
Crise ligeira – o doente apresenta faltas de ar a andar, um discurso quase normal, está consciente, apresenta-se normalmente calmo com uma frequência respiratória normal, em que a frequência cardíaca está abaixo dos 100 batimentos por minuto e sibilos moderados.
Crise moderada – o doente apresenta faltas de ar a falar, prefere uma posição sentada, fala com frases curtas, está consciente mas ansioso, a frequência respiratória apresenta-se elevada com uma frequência cardíaca que varia entre os 100 e os 120 batimentos por minuto e sibilos evidentes.
Crise grave – apresenta faltas de ar mesmo em repouso, sempre que parado encontra-se inclinado para a frente, fala apenas por palavras, encontra-se agitado e ansioso, a frequência respiratória é bastante elevada em que a frequência cardíaca passa os 120 batimentos por minutos e os sibilos são bastante evidentes.
Como é comum a todas doenças, o nível de gravidade varia de pessoa para pessoa. Consoante a frequência, a intensidade dos sintomas e a necessidade de utilizar medicamentos a asma pode ter vários graus de gravidade, para além dos vários níveis de crise:
Asma Intermitente (grau 1) – Os sintomas surgem raras vezes por mês, não chegando a ser uma vez por semana, ou o doente, acorda aflito com os sintomas uma a duas vezes por mês, ficando assintomático nos períodos entre os sintomas.
Asma persistente ligeira (grau 2) – Os sintomas aparecerem geralmente mais do que uma vez por semana. O doente acorda com os sintomas durante a noite mais do que duas vezes por mês.
Asma persistente moderada (grau 3) – Os sintomas são diários. O doente acorda mais que uma vez durante a semana com os sintomas e sente a necessidade de recorrer a medicamentos. Este tipo de asma afecta a actividade diária.
Asma persistente grave (grau 4) – Os sintomas são permanentes, podendo aparecer várias vezes ao dia. O doente acorda frequentemente durante a noite com sintomas, tendo necessidade de recorrer aos medicamentos, e a sua actividade diária encontra-se limitada.
Nem sempre é fácil saber quando se tem, ou quando necessita de ser tratada 
A doença é pouco reconhecida entre as pessoas, devido à pouca valorização das faltas de ar. Ela tem por base um diagnóstico, sendo que primeiramente é feita a história clínica, para determinar a presença de sintomas e a suas características, relacionados ou não com exposições a factores de agressão, posteriormente é realizada uma avaliação funcional respiratória (conjunto de exames que avalia a mecânica respiratória), e uma avaliação de atopia (determinação da hipersensibilidade a estímulos).
A asma é uma doença com a qual se tem de aprender a viver com ela. O indivíduo que a tenha, tem de ser educado de forma a evitar todos os factores desencadeantes desta doença. Deve seguir todas as instruções do médico no que respeita ao tratamento por fármacos, saber a diferença entre o tratamento preventivo e o alívio imediato, saber procurar ajuda quando a crise se torna mais grave que o habitual e saber monitorizar a evolução da sua doença.
Todos os medicamentos para a asma requerem receita médica.
Os medicamentos para esta doença variam entre inaladores ou bombas, comprimidos, vacinas e xaropes. No entanto, nem todas as pessoas podem tomar qualquer medicamento, e a posição do médico é saber qual destes medicamentos é o mais indicado para cada caso, determinando ele próprio a duração do tratamento.
Os diferentes tratamentos
Os tratamentos da asma podem ser divididos em dois tipos: os de alívio e os de controlo.
Broncodilatador é um medicamento utilizado principalmente para atenuar uma crise de  asma, ou seja, é um tipo de medicamento que ajuda a aliviar a doença. Este é um  medicamento, que dilata os brônquios quando a pessoa sente falta de ar, crise de tosse ou  chiado no peito. Dentro deste medicamento existem os de curta e dos de longa duração. Os de  curta duração são utilizados conforme a necessidade, ou seja, nas crises, pois não precisam  de ter horas exactas para serem tomados. Os de longa duração devem ser tomados no horário  estipulado pelo médico, e são indicados para casos específicos de asma.
Os Anti-inflamatórios são utilizados para evitar e prevenir crises, ou seja, são os  chamados tratamentos de controlo. Os corticóides inalatórios são a melhor forma de  combater uma inflamação, sendo utilizados por quase todos os asmáticos, i  independentemente do grau em que esteja a sua asma. Estes medicamentos são utilizados  com o intuito de prevenir as exacerbações da doença, ou pelo menos minimizá-las e  aumentar o tempo sem qualquer crise. Os anti-inflamatórios devem ser utilizados todos os  dias, uma vez que combatem a inflamação crónica dos brônquios.
Tanto os broncodilatadores como os anti-inflamatórios podem ser usados de várias formas, por nebulização, spay ou bomba, inaladores de pó seco, comprimidos ou xaropes.
Alternativas aos tradicionais
Existe ainda um tipo de tratamento alternativo, que não está directamente associado à asma, mas que ajuda a melhorar todos os sintomas. Como é o caso do tratamento fisioterapêutico.
O tratamento fisioterapêutico é um procedimento que contribui para melhorar a ventilação, auxilia o relaxamento da musculatura respiratória, higieniza a via aérea, e previne a procura por serviços de hospitalização. Este tratamento difere nas crianças e nos adultos. Nas crianças o tratamento é à base de exercícios respiratórios através de manobras de desobstrução brônquica, com estímulos de tosse. Nos adultos o tratamento é feito através de exercícios aeróbicos, exercícios respiratórios re-expansivos e alongamentos globais.


8 comentários:

  1. Eu sou asmática e quando era mais nova ia parar ao hospital às tantas da manhã com crises horríveis. Felizmente, já há algum tempo que não as tenho, nem desejo voltar a ter...

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  2. Infelizmente sei do que falas.. mas a minha está controlada!

    http://pegadafeminina.blogspot.pt/

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  3. um drama /: a minha mãe é asmática e tem episodios frequentes graves. eu já tenho a sorte de estar tudo controlado e já há muito tempo não ter nenhum problema (:

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  4. Gostei do artigo Rita, tenho um caso de asma em casa que felizmente está controlado :) *

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  5. eu tenho o grau 3 :| uso anti-inflamatório mas não chega tenho de usar o broncodilatador também, quase todos os dias. quando era pequena tinha grandes crises que me mandava para o hospital, agora já não tenho que ir pois tenho um maior controlo da doença. o meu próximo passo é acupunctura

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  6. O meu marido tem mas agora foi a consulta e receitaram-lhe medicamentos alternativos ao ventilan que não fazem tanto mal e tem melhorado imenso!O maior medo é que o meu filhote herde isso dele...
    Gostei do artigo!

    http://closet2me.blogspot.pt/2012/05/look-festivais-de-verao.html

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Obrigada pela visita! ;)